para Karlheinz Stockhausen.
há, obstinadamente, quem veja sob o murmúrio do psicotrópico
a integração de uma luz à noite, torpe e manchada:
faz-se quase silênciosa, a noite que cúbica ressoa,
e um salto nela e finda-se a vida, finda-se o sonho.
faz-se muda, sem nenhum resquício de idílio e amor,
sem constatação alguma de ausência primordial,
que há muito faz-se-ia pulsátil pulsátil:
somente há a contemplação de uma chama difícil,
que queima sob o mundo, que queima sob o etude,
enormemente inerte.
e a soma dos males da vida se nulifica:
é que a chama tem tal poder que,
na escuridão contumaz interrompida pela vela,
é vida que, líquida, escorre pelas paredes como cera,
amalgama a realidade do som e a do tempo.
escritos, provações, coitos e dores:
o espelho faz-se gente,
severamente se interroga,
e pronto desatina.
e no final dos tempos
já fica difícil delimitar o que é noite,
o que é vela,
o que é etude II.
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
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