segunda-feira, 27 de abril de 2009

"Paisagem imaginária VI ou Alvura"

a alvura
é senão confirmação:

totalidade de meus corpos vibráteis,
numa bela confluência correndo pelo meu umbigo,
e desembocando na terra do desconhecido.

... o branco brinca na minha alma,
de ser senão negação.

a alvura é a contradição de minha existência:
confirma-me ou devoro-te?

quanto muito, é uma música inaudível,
mas que vibra grande.

(tantas vezes quanto for preciso para nós)

... a alvura se vive,
e sua música me inunda grandemente:

me vence sempre como a luz que se doa.

"Paisagem imaginária VI ou Parasempre"

a escavação de meu peito
deu-se
às custas
da profecia de encontrar-me
naquilo ao qual circundo.

_________ paralizo-me diante da garoa
mas regozijo ao ver que embora não me achando,
espero que tudo que acontece,
acontece a partir de agora, parasempre.

_________ a arqueologia de meu peito:


forever, flowers
in my hopily soil deflowering
a mountful of bodies of mine

- utmost blood filled with blooming cells -

forever, petals
of my body as dull staring objects towards pleasure
(althought) and it is oficially pleasurable

- only if it is wrapped within the deepest trunks of you -

forever, yours
your body sleeps by the boundaries of yours, totally
producing smells of floral enchantment



- "kissingly, i will bring you every spring" - e. e. commings