quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

"Paisagem IV ou A noite esclarece"

tu: uma forma de
sim
contendo o
não.

é a tua silhoueta?
jogo de claros e escuros.

... não, não vem de agora
a agonia do escuro, luz apagada.

tão foi de repente.

... talvez porque és a apoteose de mim.
esclarecimento.

... sim, se assim pareço frio,
é porque lido agora,
com a renovação do tu:
posso te chamar de você?

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

"Paisagem Imaginaria IV ou Luto iluminado"

____ cedo, amor
o que vejo é um nada:

____________________

e tu, que eras pomba,
arrebentando o meu peito?

______________________

esperei tanto pelo tempo,
engendrado na cruel batida do cigarro,
em que me estreitariam
a capacidade do olhar-te
enquanto carne:

____ e quando pude ver-te fora dela,
resolvi me despedir,
pois tu me nasceste
tão devagar, tão rude
pelo peito
que o deixou aberto,
semi claro.

sinto muito, tua exposição...

não posso lidá-la.

_______________

o que restou do meu peito é

...

a paisagem desolada do seu murmúrio.,
fragmentada, doída, lacunar.

sábado, 17 de janeiro de 2009

"Paisagem Imaginária III ou Meia claridade"

semi lu
z de meia
palidez
quase
-
carne
perto de c
ai
r incompleto
(prazer ao léu)
natur
eza morta
aos miúdos
fruta v
ermelha
esfacelada
semi aberto
e
m meia lua
perto
da quase
tristeza
de carregar nas costas
incompletude
(meia) claridade comp
leta

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

"Paisagem Imaginária II ou O lento arder"

neste mundo de sonhos e cores,
de nudez e de flores,
te vejo a lentamente assombrar-me,

(uneasy beach,
white bank of sand,
glistening at a backward world
still to be processed)

pois não me cabe ver-te como tal,
pois tu não cabes no sonho ou na cor,
e normalizado não és normal
conquanto me normatizo em teu alvor.

e ardo (for my core is pure sore,
at the midst of an inpure tornado.)

ardendo... não importa,
a atmosfera é a que se nunca espera,
seja quando comporta o conforto
seja enquanto tu andas na praia de nossa era, distante.

(i see who you are
behind the one self
within us all)

como sujeito semi-etéreo,
te tenho, material bruto de bolhas e brilhos,
como uma metade do meu engenho
ao procurar por mim mesmo,
no mais íntimo dos recônditos do espelho.

(the ultimate silence in its greater sense)

enquanto crio
e descrio
e recrio
nossa distância...

(mumbling towards oblivion)

sofro como uma algaravia presa numa garganta de grave grito.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

"Paisagem III ou O certo mutismo"

...um certo mutismo.

(o sentimento do frio,
a sensação do gelo,
o cheiro da terra,
calidez da sol,
palidez da flor)

o amor é enorme.

não é negação,
é estar invisível no seio de tudo,
ressoando grande.

não se vive como tal:
se inunda toda montanha.

te inundo e te venço como uma onda de tamanho indescritível.