sexta-feira, 22 de agosto de 2008

"Antropólogo"

não, não me tentes em busca daquilo que me cala,
pois já suficientemente me calo ao cair sem chorar.

é que a palavra já se esgota em possibilidade tua,
e à parte disso,
outras brotam duras pela pele ferida,
e te buscam uma meia-semântica.

não, não te descubro, me descubra tu e me aceita -
descubra-te a ti mesmo e me tenta,
pois sou um grito de um corpo cortado.

sua boca é de facas finas e navalhas,
a remanescência de alguma civilização perdida e muda.

...sou o fim despropósito, sem propósito
grito que se recusa a calar -
calar para o que me emudece.

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