olhando ao meu inverso,
e ao teu também,
só fiz ver divisão
entre o que é primórdio
e
entre o que é artifício.
... e passaste a ser
nada, nada mais,
que uma dinâmica
demoníaca
entre o que é superfície
e
entre o que é imanência.
penetrando na tua parte civilizada,
me cortando na lâmina de tudo,
entendi a divisão
entre aquilo que és
e
entre aquilo que tu mostras a mim.
fugindo do fenômeno de ti,
penetrei a fundo naquilo que és,
me enojei contigo
... e te vomitei,
e também em todos os teus símbolos
de superficialidade.
... olhando ao inverso de tudo,
pude sentir a inefável sensação,
de conhecer a coisa desvinculada,
desligada da semântica do desejo,
da vicissitude do sentido.
te conheci, finalmente, em/a ti próprio.
com o punho nu,
estourei o espelho,
meu sangue tingiu teus olhos,
mas não pude me esconder de ti.
o fantasma de ti em ti mesmo me sugou.
e doeu.
o eu de mim, portanto, passou somente a viver na palavra,
como todos assim sempre houveram.
... o que reclamo da amálgama,
a mágoa, a agonia,
do eu de ti ser
como nunca houvesse sido.
este texto é também um avião fugitivo,
clandestino.
... um avião para fora do reino no qual me prendi.
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